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11/07/2009

HUBRIS

Chet-zar



O nosso eu estará numa fase acelerada de envelhecimento, agora que os cientistas, clonando, eliminam metaforicamente a morte. Pensava eu que o uso da metáfora era uma exclusividade dos prosas e poetas desta vida.
Criaremos um Eu verdadeiramente órfão que escolherá sem piedade o que lhe for inadequado, pela violência contra a singularidade e então sim, dizem a Biologia e Astrofísica, haverá pouco mais de substancial.
Na verdade os Híbridos vencem, o ADN recombinante mostra garras e dentes, e a Hubris pavoneia se incansável.
A Etimologia, que também é uma ciência, vem sofrendo nas últimas décadas ataques levianos e puramente caprichosos de muitos académicos irresponsáveis.
A palavra – híbrido - é relativamente moderna, mas imediatamente por detrás dela, a nu, está a palavra latina Hybrida, que era nome de filho indesejável do cruzamento dum javali com uma porca doméstica.
Recuemos então às origens mais remotas: antes de ser Hybrida, era Hubris, uma palavra do grego antigo, que significava, arrogância, insolência, contra os Deuses; Hubris tem duas raízes Indo – Europeias, Ud , que significava “ para cima” ou “para fora”, e Gwer, “violência” e “força”. Afronta era o seu sentido geral.
Hubris adquire nacionalidade inglesa no final do século XIX, passando imediatamente a calão, e descrevia uma pessoa que usando deliberadamente uma elevada capacidade, se metia em sarilhos.
Aos produtos dos Botânicos e Zóologos, juntam se as combinações entre os ácidos nucleicos de células de mamíferos e de bactérias a serem produzidas em sistema fabricial, o verdadeiro estado de demência.
Hubris é palavra poderosa e transporta em si ( até aos nossos dias) o peso da desaprovação.
E aquela mentalidade que concebeu a fusão e cisão do átomo, primeiro para destruir “ a cidade” e depois para aquecê la, a que constroi os aditivos alimentares é também a fabricante das minúsculas particulas de plástico, a mesma que leva o ser humano a fabricar um híbrido de si próprio.
Convém não nos distrairmos fatalmente desta Hubris, e ficarmos embevecidamente orgulhosos só com os olhos postos nos plasmas do telemóvel, televisão ou computador.

BRRRRR... o frio nesta humanidade, é de rachar.


1 comentário:

Anónimo disse...

O senhor anda tão profundo seu Kim!
Tive que ler e reler para ter certeza que eu tinha entendido direitinho.
Adoro!!!!!!!!!
Bjs.