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04/04/2009

UMA TEORIA DA ESTUPIDEZ

Mi gue'l
As Origens da Estupidez

A estupidez é praticada na nossa sociedade contemporânea e a sua origem perde-se nos meandros do principio do desconhecido . As manifestações estupidológicas invadem-nos quando nos expomos à observação da televisão, dos jornais e revistas, da rádio, ou num simples passeio pelas ruas da cidade.
O desenvolvimento dos grandes meios de transporte e comunicações contribuíram eficazmente para a sua extraordinária difusão e cristalização.
Fingir que o claramente óbvio é, de facto, inescapavelmente obscuro é a quinta essência da estupidez.
Seja quais forem as suas ideias ( as do leitor) sobre a origem da moral e ética da estupidez, há que fixar a imagem cartonizada ( imperativo categórico Kantiano ) do nosso antepassado de Neanderthal: a moca numa mão e a amada esposa a ser puxada pelos cabelos.
Reconheça-se aqui, que a estupidez praticada pelos nossos antepassados era ainda incipiente, longe portanto do refinamento, atingido na nossa época. O estreitamento mental já utilizado permitia-lhes lutar selvaticamente pelos seus interesses imediatos com apreciável eficácia: alguns crânios com machados embutidos, achados nas escavações arqueológicas , são prova irrefutável.
Apesar dos ataques e conspirações dos inteligentes, o facto é que os estúpidos conseguiram sobreviver e impor as suas ideias, o que por sua vez se constituía como exercício prático para aprimorar e refinar a estupidez.
Basicamente, o ser humano “primitivo” mostrou-nos o caminho para o refinamento estupidológico moderno, mas também o da felicidade estúpida. A sua obtusa mente, tornou-o capaz de conservar um horizonte intelectual curtíssimo evitando problemas compridos e combatendo os focos de inteligência.

A Guerra longe
No País tal ( longe de nós) um bando de tresloucados irrompe na cidade Ypslon e pôs tudo a ferro e fogo.
O Preconceito ajudado pelas críticas violentas , que fazemos, é óptimo para evitar-nos a penosa sensação da solidariedade com alguma “coisa” cuja proximidade não nos convém. Sobre as vítimas , pensamos e porque são diferentes de nós – devem ter alguma culpa - . Recusamo-nos a pensar em termos de Humanidade.

No nosso bairro
No bairro da nossa cidade um meliante assaltou um senhor que ia a passar e roubou-lhe a carteira.
Desta vez ficamos preocupados. Isto passa-se a alguns metros de nós. Cancelamos o passeio nocturno que pretendíamos fazer e lamentamos amargamente.
Perguntamo-nos, mas que faz a polícia? Todavia, receosos de que uma indesejável abertura mental ocorra, recorremos à técnica da amnésia estúpida: esquecemos o caso e mudamos de assunto.

Percepção estúpida do conteúdo
É mais passiva que a formal, tem a vantagem de nos impedir o acesso à inteligência, e evita que prestemos inadvertidamente atenção a tudo que não rasteje ao nosso nível. Uma das portentosas características da estupidez é a ambição de não saber. A percepção estúpida das coisas, tem como finalidade, afastar-nos do contacto com a Realidade, de contrário iluminaria a mente sem dó nem piedade.

A Realidade fora do que pensamos
Os mais variados pensadores ( filósofos, teólogos, da ciência) acreditam na existência de uma Realidade fora do que pensamos ou sintamos em relação a ela; outros afirmam que só o conhecimento da Realidade onde estamos inseridos nos dará liberdade.
Tais ineptos que pretendem demonstrar que o conhecimento nos leva à liberdade, é óbvio que não conhecem a soberana liberdade dos completamente estúpidos, nem a doçura de obedecer livremente aos espontâneos férreos impulsos e desejos.

A síntese subtractiva

Trata-se da arte de compartimentar preconceituosamente , conhecida também por a síntese estúpida , por ser subtractiva, subtrai à observação e à priori , ou desde logo, tudo o que for relevante ou que possa vir a sê-lo. Claro que isto, exige muito menos esforço para definir a classe a que pertence cada objecto apresentado com pormenores irrelevantes para a inteligência, mas profundamente significativas para os estúpidos.
O uso da compartimentação é muito frutuoso.

A sistematização
Com uma extraordinária riqueza de meios empregues o número de estúpidos activos é grande. A variedade de formas que a estupidez mostra, o requinte e a complexidade que consegue, torna-a fascinante e inesgotável. Floresce de inspiração a estreiteza mental, proporcionando crescimento demográfico seguro e estável.
A Asserção Estúpida em Geral é a ferramenta ideal para a sistematização do estreitamento mental. A Asserção Estúpida em Geral tem como ponto de contacto com o todo, o comum de todas as coisas: uma dupla característica, o dualismo.
Qualquer frase cujo conteúdo ou modo de expressão prime por expressar a estupidez do seu autor e, por outro, contribuir para estreitar a mente de quem as leve a sério.
Como complemento e para uma sistematização mais profunda, teremos que falar da Estupidez Implícita, de aspecto mais subterrâneo, daí a sua profundidade, que exerce a sua acção e influência no entupimento da inteligência sem que o observador externo se aperceba disso directamente. Engloba todos os casos em que a estupidez não se revela francamente mas está implícita, quase invisível. A grande estupidez brotará na sua plenitude como resultado dum longo e ruminado processo na profundeza íntima da psique.

Dois Exemplos da Grande Estupidez
1--A 1ª Guerra Mundial, com milhões de mortos, é um ícone da gloriosa caminhada da estupidez: foi feita para acabar com todas as guerras. ( 1914)

2--A comercialização das vidas dos seres humanos e com esforço centralizador numa raça ( a Negra ) é uma das nossas mais extraordinárias demonstrações da força da Grande Estupidez.( Período Esclavagista)

2 comentários:

Unknown disse...

É caso para dizer que "Os estúpidos merecem um bilhete de identidade próprio, porque são eles que sustentam a estupidez colectiva" Paulo Coelho

Muadiê Maria disse...

a estupidez parece ser soberana.
cada um de nós dá a sua colaboração.