O contexto do trabalho determina tanto a situação de transmissão/aquisição de conhecimentos, como a aquisição/modificação de práticas profissionais. Assim, o planeamento de qualquer ação de formação não se pode realizar independentemente do contexto das exigências profissionais e dos objectivos da Formação Profissional.
Este contexto, é tanto mais importante (dada a complexidade da sociedade actual e da sociedade da informação) que nos coloca perante um ambiente de constante mudança e de exigências múltiplas, o que conduz:
● à prioridade dos recursos de ordem intelectual (criatividade, flexibilidade, iniciativa, habilidade, agilidade e destreza, etc.), sobre os de ordem física (capacidade, resistência e esforço físico);
● à necessidade de respostas rápidas, eficazes e eficientes, a todos os níveis das organizações;
● à necessidade contínua de desenvolvimento dos indivíduos em várias dimensões: técnica, ética, psicossocial, cultural, etc.
Sendo a sociedade atual caracterizada pela “mudança desenfreada”[1] e pela adaptaçãoreflexiva, mas criativa, às condições ambientais, a Formação Profissional assume com acuidade crescente, um papel primordial, em que deverá:
● potenciar capacidades;
● produzir novas capacidades;
● desenvolver aptidões e competências pessoais e profissionais.
As capacidades[2] evocam o mérito e o talento. São potencialidades gerais e polivalentes.
As competências, referem-se à habilidade, à excelência do fazer, à amplitude dos saberes e dos saber-fazer num dado domínio. São específicas e estão relacionadas com determinados comportamentos.
Segundo Gerard Malglaive, a Formação Profissional deverá dar resposta a necessidades organizacionais e, por consequência, estar orientada p+ara finalidades ( os problemas que a formação resolverá, ou contribuirá para resolver). Espera-se desta forma que, no seio das empresas e das organizações, a Formação Profissional, directa ou indirectamente e quantitativa ou qualitativamente, conduza a novas práticas profissionais e culturais.
Esta expectativa, que normalmente se encontra em formatos diferentes na empresa e nos seus colaboradores, leva a que do lado da empresa se formule a seguinte questão:
Como é que se pode produzir um produto ou prestar um serviço, no tempo estritamente necessário, com o mínimo de desperdícios (tempo, recursos, esforço individual, etc.) e, em simultâneo, com a máxima qualidade, rendibilidade e diferenciação?
E do lado dos colaboradores encontramos, normalmente, a seguinte expectativa: Aumentar o grau de realização profissional e de satisfação no trabalho.
Daí que, todo o esforço pedagógico do formador, deva ser orientado para a satisfação adequada deste quadro de expectativas, tentando ajustar os vários interesses em jogo.
O formador é uma figura central em todo este processo, o que significa que, nestascircunstâncias, deve:
● adaptar a ação de formação ao contexto;
● subordinar toda a sua prática pedagógica aos objetivos da organização, da formação e da aprendizagem;
● encarar a sua função como um conjunto organizado de actos pedagógicos;
● definir os formandos como protagonistas do processo formativo.
Bibliografia
Luis Ferrão, Manuela Rodrigues, “Formação Pedagógica de Formadores”, Lidel – EdiçõesTécnicas, Lda , Lisboa, 2000.
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