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02/01/2012

O CONTEXTO DA FORMAÇÃO PROFISSIONAL

O contexto do trabalho determina tanto a situação de transmissão/aquisição de conhecimentos, como a aquisição/modificação de práticas profissionais. Assim, o planeamento de qualquer ação de formação não se pode realizar independentemente do contexto das exigências profissionais e dos objectivos da Formação Profissional.
Este contexto, é tanto mais importante (dada a complexidade da sociedade actual e da sociedade da informação) que nos coloca perante um ambiente de constante mudança e de exigências múltiplas, o que conduz:
à prioridade dos recursos de ordem intelectual (criatividade, flexibilidade, iniciativa, habilidade, agilidade e destreza, etc.), sobre os de ordem física (capacidade, resistência e esforço físico);
à necessidade de respostas rápidas, eficazes e eficientes, a todos os níveis das organizações;
à necessidade contínua de desenvolvimento dos indivíduos em várias dimensões: técnica, ética, psicossocial, cultural, etc.
Sendo a sociedade atual caracterizada pela “mudança desenfreada”[1] e pela adaptaçãoreflexiva, mas criativa, às condições ambientais, a Formação Profissional assume com acuidade crescente, um papel primordial, em que deverá:
                ● potenciar capacidades;
                ● produzir novas capacidades;
                ● desenvolver aptidões e competências pessoais e profissionais.
                As capacidades[2]  evocam o mérito e o talento. São potencialidades gerais e polivalentes.
                As competências, referem-se à habilidade, à excelência do fazer, à amplitude dos saberes e dos saber-fazer num dado domínio. São específicas e estão relacionadas com determinados comportamentos.
                Segundo Gerard Malglaive, a Formação Profissional deverá dar resposta a necessidades organizacionais e, por consequência, estar orientada p+ara finalidades ( os problemas que a formação resolverá, ou contribuirá para resolver). Espera-se desta forma que,  no seio das empresas e das organizações, a Formação Profissional, directa ou indirectamente e quantitativa ou qualitativamente, conduza a novas práticas profissionais e culturais.
                Esta expectativa, que normalmente se encontra em formatos diferentes na empresa e nos seus colaboradores, leva a que do lado da empresa se formule a seguinte questão:
                Como é que se pode produzir um produto ou prestar um serviço, no tempo estritamente necessário, com o mínimo de desperdícios (tempo, recursos, esforço individual, etc.) e, em simultâneo, com a máxima qualidade, rendibilidade e diferenciação?
                E do lado dos colaboradores encontramos, normalmente, a seguinte expectativa:

                Aumentar o grau de realização profissional e de satisfação no trabalho.
                Daí que, todo o esforço pedagógico do formador, deva ser orientado para a satisfação adequada deste quadro de expectativas, tentando ajustar os vários interesses em jogo.
                O formador é uma figura central em todo este processo, o que significa que, nestascircunstâncias, deve:
                adaptar a ação de formação ao contexto;
  ● subordinar toda a sua prática pedagógica aos objetivos da organização, da formação e da aprendizagem;
                encarar a sua função como um conjunto organizado de actos pedagógicos;
                definir os formandos como protagonistas do processo formativo.

                Bibliografia

                Luis Ferrão, Manuela Rodrigues, “Formação Pedagógica de Formadores”, Lidel – EdiçõesTécnicas, Lda , Lisboa, 2000.





[1] Giddens, Anhony, “Modernidade e Identidade Pessoal”, Coleção Sociologias, Celta Editora, 1997.
[2] Malglaive, Gerard,  “Ensinar Adultos”, Coleção Ciências da Educação, Ed.Porto Editora, Porto, 1995.

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